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Hans Peter Schulz

Em memória

Em Janeiro deste ano de 2010, o nosso grande amigo e membro senior do nosso grupo, partiu para a sua última viagem, a tal que não tem retorno, e deixou-nos orfãos.

É próprio de todas as estruturas humanas com um mínimo de civilidade, respeitarem os seus seniores, não tanto pela idade do BI, mas principalmente pelo seu papel na sua fundação e posterior evolução.

E o nosso bom amigo Peter (ou Pedro), como todos nós o tratávamos, foi um dos fundadores do nosso grupo e, por coincidência, o que nasceu há mais tempo.

Como actual companheiro nascido há mais tempo e tembém dos primeiros a constituirem este grupo, sinto o especial dever de deixar umas notas sobre este nosso tão estimado companheiro que nos deixou, para que os actuais e especialmente os vindouros, conheçam a nossa história e os nossos heróis.

Da autoria do seu irmão Klaus, outro grande companheiro e dinamizador, saíu da revista do clube Heinkel alemão, um artigo que abaixo reproduzimos, bem como a sua tradução, e onde podemos conhecer os primórdios da entrada das nossas tão estimadas scooters no nosso país e o papel relevante que nesse processo teve o nosso Peter.

As imagens que aparecem, estão em tamanho reduzido, mas se pretenderem vê-las ampliadas, basta clicar nelas.

Aí não consta e é por poucos sabido que estes irmãos são filhos do então presidente da Siemens portuguesa, que ocupou esse cargo durante muitos e longos anos, pelo que eles passaram os primeiros e determinates anos da sua juventude no nosso país, daí serem meio portugueses, alemães no sangue e nas qualidades, portugueses no afecto.

E foi exactamente esta mescla que desconheci a origem durante bastante tempo, que me permitiu criar as relações privilegiadas que vim a estabelecer com eles, especialmente com o Peter, por motivo das provações por que passou nestes últimos anos, primeiro com a doença que veio a vitimar sua mulher e companheira de toda uma vida e finalmente com aquela com que lutou bravamente até ao final, sempre com uma serenidade e determinação que fez com que passasse despercebido aos que com ele partilhavam os passeios e os jantares de confraternização.

Ao trazer estes factos a público, contrariando o recato com que a família, especialmente o irmão Klaus têm observado, não só para pouparem os amigos mas também pela sua educação primorosa em que as alegrias são para partilhar, os desgostos para digerir em casa, é minha intenção apontar a vida deste homem como exemplo, como um desafio a todos nós no sentido de tentarmos imitar a sua atitude perante a adversidade e lutar até ao fim, sem lamúrias e a cabeça erguida.

Foi para todos nós uma honra o termos tido o privilégio e a felicidade do gozo da tua companhia nestes últimos 20 anos.

Adeus amigo! Espero voltar encontrar-te um dia e dar-te mais um abraço, mas não tenho pressa....

José M. Fiadeiro

Julho de 2010