Outros Fiadeiros

Até recentemente, todas as nossas pesquisas sob o título "fiadeiro" mostravam dois tipos de significado, o de apelido, que se circunscrevia à nossa família, e o de música popular galaico-lusitana, ou ainda recreação cultural associada a canto e música, mas aqui o vocábulo refere normalmente "o fiadeiro", ou "um fiadeiro".
Sugerimos por curiosodade uma visita a um destes sites musicais, "o fiadeiro" onde se pode baixar amostras desse tipo de música folclórica, normalmente acompanhada de adufes, entre nós mais conhecido por pandeiretas com guisos.

Realizada uma pesquisa na base de dados da Torre do Tombo, sob título "fiadeiro", mostrou referências que escapavam à nossa base de dados, indiciando que o nosso apelido não era afinal exclusivo nosso.

O documento mais antigo remonta a 1615 e refere-se a um indivíduo de nome Pedro Fernandes, também conhecido por: Pêro Fernades, o Fiadeiro, salineiro acusado de blasfémia.

Sem mais dados, parece no entanto ser legítimo associar este "o Fiadeiro" a um presumível músico do género atrás referido.

No entanto, mais dois resultados, referidos a 1881 e 1933, mostram um ramo com apelido Fiadeiro e que nos havia passado desapercebido:

Trata-se de dois processos de inventário orfanológico, referindo pessoas com o "nosso" apelido.

Feito um pedido ao Arquivo Distrital de Vila Real, recebemos um conjunto de registos, os quais permitiram estabelecer a árvore genealógica deste ramo e que poderá ser consultada através dos seguintes links:

lista geral em pdf

descendentes de Francisco de Souza em pdf

descendentes de Francisco de Souza em Html

base de dados completa em Html

Uma apreciação cuidada desta base de dados, especialmente a leitura dos registos paroquiais, revela que o uso deste apelido aparece de forma descontínua, quási sempre por referência posterior, tal como aconteceu com o nosso primeiro Fiadeiro em relação aos primeiros filhos, só que no nosso caso, o apelido foi assumido de forma consistente a partir daí até aos dias de hoje, enquanto neste novo ramo, não encóntramos qualquer assento de batismo com o apelido Fiadeiro, o qual aparece apenas no assento de óbito do último descendente masculino António Augusto de Souza, nascido em 1879 e falecido em 1933.

Afora este último, são sempre referências que não têm correspondência nos assentos de batismo correspondentes.

Fica a sensação de este Fiadeiro estar ligado a uma tradição do tipo musical ou divertimento, mais do tipo alcunha do que apelido.

De qualquer modo, não conseguimos encontrar descendentes actuais deste ramo, possívelmente por esgotamento da transmisão masculina, e daí a sua perda.

No caso da nossa família, pensamos que José da Silva, o primeiro Fiadeiro, terá adquirido esse nome por via de referência à sua actividade profissional, a indústria dos lanifícios.

Infelizmente, todas as pesquizas que fizémos até agora, no sentido de encontrar uma referência sólida que sustente essa presunção, não encontrámos qualquer pista, nem na literatura relativa a esta indústria na Covilhã, nem nos arquivos da Real Fábrica das Sedas, nem no Museu da Lã.

No entanto, a sua descendência ficou documentalmente relacionada com esta indústria, e o filho Ignácio veio a casar com uma Amaral Grainha, família essa documentalmente provada como tendo tido ligação à gestão de Real Fábrica das Sedas.

Podemos assim dizer que já não estivémos sós, mas que nos dias de hoje, e até prova em contrário, o apelido Fiadeiro é exclusivo da nossa família.

Actualizada em Jul 2007